Desde o lançamento do primeiro Apple Watch, em 2015, são muitas as histórias que temos ouvido sobre utilizadores que foram salvos pelo dispositivo wearable mais vendido do mundo. Há relatos de pessoas que colocaram a vida em risco e foram salvas pelo relógio da Apple, assim como de outras que conseguiram detetar precocemente problemas de saúde graves, evitando, assim, consequências fatais.
Amanda Faulkner, uma psiquiatra que vive em Napier, na Nova Zelândia, também tem uma dessas histórias para contar. Durante vários anos, utilizou o antigo Apple Watch do marido e, apenas no ano passado, decidiu atualizar para um Apple Watch Series 10.
Este é um dos modelos compatível com a aplicação Sinais Vitais, que é capaz de reunir as principais métricas de saúde, permitindo compreender melhor o estado geral do organismo. Através desta app é possível, por exemplo, consultar a frequência cardíaca média, a frequência respiratória, o nível de oxigénio no sangue, a temperatura do pulso e até a duração do sono da noite anterior.

Relógio detetou batimentos cardíacos elevados
Numa entrevista concedida ao The New Zealand Herald, Faulkner revelou que o Apple Watch lhe enviou vários alertas sobre um aumento da sua frequência cardíaca em repouso, que passou de cerca de 55 para 90 batimentos por minuto. Inicialmente, pensou que o relógio "pudesse estar com defeito". Contudo, como os alertas persistiram, decidiu consultar um médico e partilhar com ele os dados recolhidos pelo dispositivo.
O médico encaminhou-a de imediato para as urgências, onde foi submetida a vários exames e, posteriormente, diagnosticada com Leucemia Mieloide Aguda (LMA), uma forma de cancro que resulta da mutação de células da medula óssea. Segundo os médicos, se tivesse adiado a ida ao hospital por mais alguns dias, "poderia ter morrido devido ao cancro não tratado e às suas complicações".

Na mesma entrevista, Faulkner afirmou que ainda não está fora de perigo e que se encontra a receber quimioterapia no Hospital de Palmerston North. Em julho, tem agendado um transplante de células estaminais em Wellington, que substituirá a sua medula óssea pela de um dador europeu, conferindo-lhe essencialmente uma nova medula e um novo sistema imunitário.
"Se o meu smartwatch não me incomodasse constantemente, nem sequer teria percebido que algo estava errado", disse. Mike Faulkner, marido de Amanda, também comentou o sucedido, afirmando que o Apple Watch "teve um impacto transformador" e aumentou significativamente as probabilidades de a sua esposa vencer o cancro.
