Estamos a poucas horas da chegada do Apple Vision Pro ao mercado norte-americano mas as últimas reviews têm feito correr "rios de tinta". As reviews iniciais pintam um quadro muito menos impressionante do que o marketing arrojado da Apple sugeria. Vamos analisar algumas das principais críticas que surgiram, revelando algumas falsas promessas da marca de Cupertino.
A fantasia do "EyeSight"
As representações do marketing da Apple destacavam um notável e cristalino painel EyeSight, o ecrã externo do Vision Pro que exibe os olhos do utilizador para as pessoas ao seu redor. Contudo, as reviews revelam uma realidade diferente. Os reviewers deram conta que o painel EyeSight não corresponde à nitidez e visibilidade prometidas pela Apple nas suas imagens promocionais.
A avaliação mais detalhada do "EyeSight" foi partilhada pelo The Verge e não deixa margem para dúvidas:
"...(O EyeSight) é um OLED de baixa resolução... é tão escuro e o vidro de cobertura é tão reflexivo, que na verdade é difícil de ver na iluminação mais normal a brilhante. Quando as pessoas vêem os seus olhos, é uma imagem fantasmagórica de baixa resolução deles que parece CGI. O efeito é estranho — a ideia de que fará contato visual real com qualquer pessoa é uma fantasia. - Nilay Patel, The Verge.
Interface instável do visionOS
Mas há mais... Uma das promessas da Apple era uma experiência de realidade aumentada suave e fluída com o visionOS. No entanto, as reviews indicam que a estabilização da interface deixa muito a desejar. Movimentos mínimos da cabeça resultam em reações desproporcionais na interface, minando a fluidez que a empresa destacou nos vídeos promocionais e que, a meu ver, transforma a experiência de uso em algo menos do que perfeito.
O campo de visão limitado e a distorção da interface nos cantos
Ao apresentar o Vision Pro, a Apple não mostrou nem mencionou um campo de visão limitado e muito menos a distorção da interface nos cantos devido ao uso de lentes. As reviews destacam que esta omissão é significativa, como se estivesses a olhar para a interface por uns binóculos. A presença de uma "bezel", acho que posso descrever assim, e a distorção da interface nos cantos podem impactar a imagem que tinhas do produto e, especialmente, a experiência visual dos seus utilizadores de maneira notável.
Digital persona revelou-se outra decepção...
O Apple Vision Pro introduz a digital persona para chamadas do FaceTime, que nada mais é do que um avatar teu para te representar nas chamadas de vídeo quando estás a usar o headset. Não há dúvida de que é a melhor solução encontrada no mercado de headsets para este problema. No entanto, as reviews sugerem que, mesmo em estágio beta, estas digital personas não são tão autênticas quanto a Apple fazia querer. Na verdade, até assustam um bocado... Um tanto ou quanto decepcionante!
Podes ver como as digital personas são através deste vídeo do Brian Tong, com a participação da iJustine e do Marques Brownlee - todos com o Apple Vision Pro colocado durante a chamada.
Em resumo, as reviews do Apple Vision Pro lançam luz sobre aspectos que a Apple escolheu ocultar na sua campanha publicitária. A comunicação da marca claramente criou expectativas que a realidade não consegue atender. Isto levanta questões sobre a transparência no marketing do Vision Pro e destaca a importância de uma avaliação crítica por parte dos criadores de conteúdo. Ainda para mais dado o facto de... estarmos perante um produto bastante caro.
Mas claro, o grande benefício da tecnologia é a sua evolução e esperamos que estas sejam questões apenas da primeira geração do Vision Pro e não de uma segunda, terceira ou quarta geração, por aí adiante.
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