Duas semanas com o iPhone 16 pelos olhos de um fiel utilizador de Android

Duas semanas com o iPhone 16 pelos olhos de um fiel utilizador de Android

O preço relativamente baixo, a personalização e o ecossistema Google foram características que me fizeram optar, há cerca de quinze anos, por um smartphone Android. O primeiro, raríssimo em Portugal, foi um Google Nexus One. Cinco anos depois, seguiu-se um Huawei P10 Lite e há cerca de um ano, por necessidade, tive de mudar de telemóvel.

Assim, a opção recaiu sobre um Xiaomi Poco Pro. As razões? As mesmas acima mencionadas, sobretudo o baixo custo (cerca de 200 euros, o mais em conta dos que já adquiri).

No entanto, recentemente, por cortesia da iServices, tive a oportunidade de sair da minha zona de conforto e testar algo totalmente diferente: passei duas semanas com o novo iPhone 16. Posso dizer que a experiência foi tão surpreendente... quanto desafiante.

As principais diferenças

Logo ao pegar no iPhone 16, a diferença é evidente. O design é, sem dúvida, premium, luxuoso. O ecrã Super Retina XDR oferece cores vibrantes e uma fluidez impressionante que deixa qualquer um rendido. Comparado com os ecrãs de muitos Androids de gama média, a diferença é clara. Tanto em nitidez como em brilho sob luz solar.

No entanto, o verdadeiro choque chegou assim que comecei a usar o iOS. Como utilizador Android, o sistema operativo pareceu-me inicialmente limitado. A ausência de um botão "voltar" foi um obstáculo significativo e até frustrante em alguns momentos. Além disso, a falta de possibilidade de personalização e a lógica de multitasking pareceu-me inicialmente confusa.

Ainda assim, com o tempo e curiosidade, comecei a perceber a filosofia por trás do ecossistema Apple. A Apple desenha o seu sistema operativo para ser simples, direto e integrado de forma coesa com todos os seus serviços e equipamentos. Há menos liberdade, sim, mas também menos margem para erros.

É uma abordagem diferente da adotada pelo Android. Contudo, é inegável que, depois de ultrapassado esse primeiro impacto e adaptação - que pode ser morosa -, a experiência torna-se bastante fluida.

Da câmara à bateria

Aquilo que mais me surpreendeu, contudo, foi a câmara. A qualidade das fotografias, em especial em modo retrato ou com baixa luminosidade, é francamente superior. Senti que passei de um 8 para 80 na 'troca' de um Xiaomi para o iPhone 16, mas não contava que a diferença fosse tão abismal. A qualidade das imagens, especialmente em modo retrato e com pouca luz (de noite então...), é brutal.

Já a câmara frontal, por sua vez, também surpreende pela clareza e suavidade do tratamento da imagem, sem cair no exagero. Para aqueles que usam muito as redes sociais, este aspeto é, sem dúvida, uma mais-valia.

Outro ponto que me conquistou foi a bateria. O iPhone 16 aguenta tranquilamente um dia inteiro de uso intenso: chamadas, scrolling infinito nas redes sociais e até jogos. Além disso, a gestão energética parece mais eficiente do que em muitos Androids já que o sistema decide de forma inteligente onde cortar para manter o desempenho ao nível mais alto possível. Também a qualidade das chamadas e dos altifalantes se destacou pela positiva, com som limpo e bem distribuído.

Apple vs Android: o veredito final

No final destas duas semanas, a experiência com o iPhone 16 foi quase como visitar uma cidade nova. Inicialmente, tudo é estranho: as ruas, os hábitos, a língua. Mas com o tempo, entranha-se: começa-se a gostar do ritmo, da organização, da limpeza. A coerência do sistema operativo, a qualidade do hardware e a fluidez da navegação deixam marca.

Mas… será que me converti? Ainda não. O Android continua a ser a minha casa tecnológica, principalmente pela liberdade de personalização, pela familiaridade do sistema e, claro, pelo preço mais acessível. A relação qualidade-preço de muitos Androids continua a pesar bastante na minha escolha, sobretudo porque o telemóvel para mim é de uso quase básico (redes sociais, navegar e pouco mais).

No entanto, não posso deixar de ressalvar que agora compreendo melhor todo o fascínio por quem opta pela maçã.