A gama iPhone 11 foi originalmente lançada no final de 2019, logo está presente no mercado há cerca de três anos. Foi nesta altura que vimos surgir o primeiro smartphone da maçã com a designação Pro, juntamente com a sua variante maior, a Pro Max. Desde aí, e até aos dias e hoje, esta ainda é a nomenclatura escolhida pela Apple em todas as renovações de gama anuais que tem levado a cabo.
Mas será que mais de três anos de serviço transformam os iPhones 11, 11 Pro e 11 Pro Max em escolhas a pôr de lado? Não necessariamente.
Primeiro que tudo, é importante referir que já não é possível adquirir nenhum destes equipamentos novos. Até há poucos meses o iPhone 11 ainda era vendido pela Apple, mas deixou de o ser com o lançamento dos modelos 14. A não ser que encontres alguma loja ainda com stock antigo, só poderás comprar o iPhone 11 usado ou recondicionado; o caso agrava-se no que diz respeito ao 11 Pro e 11 Pro Max, que só foram vendidos (como é habitual nos modelos de topo) durante um ano, ou seja, estão ausentes das prateleiras desde final de 2020.
Ao comprares qualquer artigo usado ou recondicionado deves ter em conta diversos fatores, principalmente se o artigo em questão for algo que acompanha o seu dono praticamente 24 horas por dia. Como tal, é importante verificares não só o estado físico exterior do iPhone, como se existem marcas de alguma intervenção técnica. Se te aperceberes de algo desse género, questiona o vendedor sobre o motivo, assim como a originalidade das peças utilizadas nessa intervenção. O estado de saúde da bateria é também muito relevante: se o mesmo apresentar valores abaixo de 85% aconselhamos a que negoceies uma redução de preço compatível com a inevitável despesa que vais ter em mãos dentro de poucos meses, ou então uma garantia que assuma a substituição desse componente. Deves também testar o máximo possível o iPhone antes da compra, e se possível levar o mesmo a alguma empresa de assistência que certifique a autenticidade do mesmo e dos seus componentes. Este passo é especialmente importante no caso de compras em plataformas online de venda de artigos usados, pois nestas situações apenas vais estar com o vendedor na altura da transação, logo se algo estiver mal não terás onde recorrer posteriormente para exigir uma solução.
No que diz respeito às especificações da gama 11, a mesma é equipada com o chip A13 Bionic, que ainda é bastante rápido e capaz aos dias de hoje. Dificilmente, muito graças também à otimização do iOS, vais notar algum tipo de arrasto ou lentidão durante a utilização, seja de que modelo for. E, já que falamos do iOS, convém falar também das atualizações do mesmo. Olhando para o cenário atual, o mais recente iOS 16 exige, nos iPhones, o chip A11 Bionic ou superior; partindo do pressuposto que o iOS 17 vai aumentar esta exigência para o A12 Bionic, e que o iOS 18 aumentará para o A13 Bionic (que equipa a gama visada), estamos perante uma linhagem que ainda deverá contar com, no mínimo, mais duas novas grandes atualizações. Se a Apple mudar de ideias, talvez mais. No entanto, mesmo quando o iOS dos iPhones 11 deixar de ser atualizado, tal não implica que os equipamentos se tornem inúteis- muito pelo contrário. Resumindo: suporte é um ponto com o qual não terás de te preocupar, e a fluidez do sistema é outro.
As câmaras, principalmente dos modelos Pro, são muito capazes e não te vão desiludir certamente. Se filmar é importante para ti, fica sabendo que toda a gama consegue filmar a 4K 60 fps com qualquer sensor, seja ele grande angular, ultra grande angular ou, no caso dos modelos Pro, até com a teleobjetiva. No que diz respeito aos ecrãs, o iPhone 11 peca comparativamente aos irmãos mais caros por ainda usar um display LCD (embora de boa qualidade) em detrimento dos melhores OLED de alta resolução dos 11 Pro e Pro Max. O Face ID está presente em todas as variantes, assim como a resistência a salpicos e poeiras.
A gama 11 é, na verdade, das mais fiáveis que a Apple lançou nos últimos anos. Conta com equipamentos sólidos e robustos, com um design mais que testado, e capacidade de resistir durante anos a uma utilização intensiva. Posto isto, e respondendo á questão do título: o iPhone 11 ainda vale a pena em 2023, mas tudo depende do estado da unidade que pretendes adquirir, e principalmente do preço que vais pagar; este último fator é decisivo na escolha, pois se fores pagar mais do que o verdadeiro valor comercial (seja do que for) mais vale optares por algo mais recente. Ainda assim, se queres entrar ou manter-te no ecossistema Apple, tens um orçamento limitado e não ligas à ostentação de carregar na rua o último grito, a gama 11 do iPhone (principalmente os Pro) podem ser sem dúvida opções ainda válidas.