Opinião - MacBook com A18 Pro não terá rivais nos próximos dois anos

Há vários rumores que avançam para a possibilidade da Apple vir a lançar um portátil com o “processador” de um iPhone. Ora, mas que tipo de implicações poderá isso ter? Em grande medida, teoricamente, bem grandes para o mercado dos computadores, dado o sucesso que todos sabemos a Apple costuma ter ao introduzir produtos disruptivos.

A verdade é que, ainda que continue a ser um portátil, o seu custo de fabrico e de venda pode ser bem menor, permitindo à empresa norte-americana alcançar novos utilizadores. No passado, a empresa de Cupertino introduziu o modelo de 12”, mas este continuava a ter alguns aspetos questionáveis e, por isso, não alcançou o sucesso pretendido.

Contudo, o novo equipamento deverá trazer um ecrã parecido ao do modelo Air – ligeiramente mais pequeno –, o tal processador A18 Pro, e novas cores. Alguns analistas acreditam, por sua vez, que poderia vir a representar 1/5 das vendas totais de MacBooks no futuro. Afinal, o preço do mesmo deverá fixar-se entre 600 e 700€, e aí é que entra a derradeira questão.

O que acontecerá ao mercado dos portáteis?

O lançamento de um MacBook económico com esse processador teria um impacto significativo no mercado dos portáteis, sobretudo pela forma como poderia redefinir a perceção de valor dentro do ecossistema Apple.

Até agora, a marca tem mantido uma barreira de entrada relativamente alta, com o MacBook Air a posicionar-se como o modelo mais acessível – mas mesmo assim, caro. A introdução de um portátil abaixo desse patamar, com preço potencialmente entre os 600 e 700 €, abriria a porta a novos segmentos de consumidores – mais estudantes, jovens profissionais e utilizadores que procuram mobilidade sem investir em modelos premium.

Do ponto de vista competitivo, este movimento poderá pressionar fabricantes como Lenovo, HP ou ASUS, que dominam a faixa média do mercado. Porém, como saberás, dominam um segmento de mercado onde os portáteis não têm, de todo, o mesmo tipo de qualidade de fabrico dos equipamentos da Apple. Seja pela sua carapaça, ou pelo ecrã, esses portáteis não são, de todo, premium, nem oferecem esse feeling.

Com efeito, ao oferecer um produto com design apelativo, integração total no seu ecossistema e desempenho suficiente para tarefas quotidianas, a Apple poderá conquistar quota de mercado num segmento onde tradicionalmente não tem presença forte. Além disso, a utilização dos processadores para iPhone, sinaliza uma aposta clara na eficiência energética e na otimização de custos de produção, o que pode traduzir-se em maior autonomia e preços mais competitivos.

Empresas como a Asus, HP ou Lenovo não conseguirão, rapidamente, fazer frente ao novo MacBook – sem dúvida alguma. O que vimos acontecer com a chegada do M1, poderá ser agora revivido por essas fabricantes e pela Microsoft – que verá a quota de mercado do Windows diminuir face ao macOS.

Há riscos para a Apple? Sim, mas são poucos. Se o preço se aproximar demasiado do MacBook Air, o novo modelo poderá ser visto como redundante, criando confusão na gama. Por outro lado, se o desempenho for demasiado limitado, corre o risco de ser percecionado como um “iPad com teclado”, sem justificar a escolha face a concorrentes Windows mais versáteis. O equilíbrio entre preço, performance e posicionamento será, portanto, determinante.

Assim, este MacBook económico tem potencial para democratizar o acesso ao universo Apple e alterar dinâmicas no segmento médio dos portáteis. Se a Apple conseguir alinhar preço competitivo com experiência fluida, poderá não só expandir a sua base de utilizadores, mas também forçar os concorrentes a reverem as suas estratégias.

Agora basta esperar pelo início de 2026 e, quem sabe, ver quão disruptiva a empresa liderada por Tim Cook conseguirá ser, lançando um portátil muito acessível, eficiente e com um design premium.