Mais parece um “Series 10S”... A Review ao Apple Watch Series 11

Se estás à espera de um salto radical no Apple Watch, posso já avisar: o Series 11 não é isso. Aliás, se tens um Series 10, a mudança é tão subtil que, se não estiveres atento, até podes achar que estás a usar o mesmo relógio.

Mas calma, não é por isso que deixa de ser interessante; a Apple focou-se em polir o que já estava bom e adicionar uns toques novos que, embora pequenos, fazem diferença no dia a dia.

Estou a usar o modelo GPS de 42mm (cor prateado), por isso tudo o que vou contar reflete esta versão — se estiveres de olho no tamanho maior ou no modelo celular, podes notar pequenas diferenças na bateria ou no comportamento do relógio.

Bateria que te deixa menos ansioso

O primeiro ponto que me saltou à vista, ou melhor, ao pulso, foi a autonomia. A Apple promete até 24h de uso normal e 38h em modo pouca energia. Na prática, com o meu uso básico - ver as horas, notificações, algumas mensagens e fazer umas caminhadas ligeiras - consegui esticar a bateria para dois dias no máximo. Nada de louco, mas já é um upgrade em relação a gerações anteriores que exigiam carga diária sem falhas.

E falando em carga, a recarga é incrivelmente rápida: consegui ir de 0 a 80% em cerca de 30 minutos, o que significa que, mesmo que tenhas esquecido de o carregar durante a noite, uma pausa rápida durante o dia resolve grande parte do problema. Para quem anda sempre ocupado, isto é ouro.

Mais resistente, especialmente no ecrã

O novo vidro Ion‑X é outro upgrade que me agradou. A Apple afirma que é duas vezes mais resistente a arranhões do que o que vinha no Series 10. E sim, a sensação de solidez ao tocar no ecrã transmite confiança. Não é vidro de safira, como os que vem no Apple Watch Series 11 de titânio, obviamente, mas cumpre o que promete e dá aquela tranquilidade de não teres de te preocupar com micro-riscos se o relógio se encostar a uma mesa ou cair de raspão no chão.

Além disso, o design mantém-se elegante e minimalista, com a caixa de alumínio leve e resistente. O ecrã continua ótimo, com cores vivas e brilho suficiente para uso exterior. Para quem gosta de um acabamento mais arrojado, o jet black continua a brilhar, literalmente, e é uma escolha que aconselho se gostas de relógios que parecem que custam mais do que realmente custam.

Processador S10: O mesmo do Series 10 mas ainda rápido

Um dos detalhes mais estranhos do Series 11 é o processador: continua a ser o mesmo S10 dual‑core de 64 bits, com 64GB de armazenamento. Ou seja, em termos de desempenho bruto, não há nada de novo.

Não que o processador seja lento - longe disso, o relógio corre tudo de forma fluida, desde abrir apps, aceder ao calendário, ouvir música até registar treinos. Mas faria sentido que houvesse nem que fosse um pequeno ganho de desempenho, ainda para mais estando nós com um pé na era da inteligência artificial, em que o hardware é puxado ao limite com ela.

Notificações de hipertensão: uma nova funcionalidade de saúde

Falar do Apple Watch Series 11, sem falar da sua nova funcionalidade de saúde seria uma falha e se há coisa que as novas notificações de hipertensão parecem ser é infalíveis. Esta é daquelas funcionalidades que espero nunca vir a testar! Sim, o relógio consegue alertar-te se detetar sinais consistentes de pressão arterial elevada, uma das principais causas evitáveis de enfarte, AVC e doença renal, que afeta cerca de 1,3 mil milhões de pessoas em todo o mundo.

O sistema do Apple Watch funciona através do sensor ótico de batimentos cardíacos, analisando como os vasos sanguíneos reagem aos batimentos do coração. Não é uma medição instantânea da tensão arterial, mas sim um algoritmo que observa tendências ao longo de 30 dias. Se houver sinais persistentes de hipertensão, recebes uma notificação a aconselhar que registes a tensão com uma braçadeira externa durante sete dias e partilhes os resultados com o teu médico.

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O mais impressionante é que esta funcionalidade não é apenas teoria: a Apple trabalhou com machine learning e estudou mais de 100 mil participantes para criar este algoritmo, que depois foi validado clinicamente com mais de 2 mil pessoas. A empresa de Cupertino estima que só no primeiro ano isto ajude a identificar mais de um milhão de casos de hipertensão não diagnosticados.

E não é exclusivo do Series 11; modelos anteriores como o Series 9 e Ultra 2 também receberam a funcionalidade com o watchOS 26.

Conclusão: Pequenos detalhes que fazem diferença

Em resumo, o Apple Watch Series 11 é aquele tipo de atualização que não provoca suspiros de surpresa; aliás, mais parece um 'Series 10S'. Ainda assim, a bateria mais duradoura e o vidro mais resistente são elementos que fazem a diferença.

Se tens um Series 9 ou 10, a troca não é de todo ainda aconselhável, a menos que venhas já de um Series 4/5/6 e até um 7, para vires buscar uma autonomia melhor, desempenho melhorado, um ecrã mais brilhante e até a recarga mais rápida. Para novos utilizadores, é uma compra sólida que garante vários anos de experiência Apple Watch sem grandes limitações.