Tu, leitor do iFeed, deves ter visto a enxurrada de notícias e de rumores na última semana, com as previsões e fugas de informação do Mark Gurman, da Bloomberg, e do analista Ming-Chi Kuo.
De entre os rumores, dois chamaram-me bastante à atenção. O primeiro, que na verdade é apenas um repeteco de um rumor antigo, é que a Apple tem vindo a trabalhar em protótipos de um iPhone dobrável. O segundo, este sim novidade, diz que a Apple lançará em 2021 um MacBook Pro de 16 polegadas (e outro de 14 polegadas) sem a Touch Bar, e com MagSafe.
Analisando a reação geral a estas duas notícias, achei curioso que a do iPhone dobrável teve mais repercussão e gerou mais discussões. E não digo isso porque esse rumor já havia aparecido antes, mas sim porque é completamente óbvio que a Apple esteja a investigar essa tecnologia, não?
E vê bem: não digo que seja óbvio que a Apple vá LANÇAR um iPhone dobrável. Isso, na verdade, parece-me um pouco improvável levando em conta a falta de empolgação do mercado com essa possibilidade. Mas é claro que ela investigaria algo assim dentro dos laboratórios dela em Cupertino. Surpreso mesmo, eu ficaria se ela NÃO estivesse a desenvolver protótipos de iPhones dobráveis (ou até mesmo enroláveis).
E isso vale para todo o resto da linha de produtos da empresa. Quem aqui nunca leu, ouviu falar ou talvez pensou que a Apple deveria lançar um MacBook compatível com rede de dados de operadora? Eu mesmo tenho isso na minha wishlist de recursos imaginários para o Mac há anos!
E sabes quem também vem a pensar nisso há anos? A Apple. E faz tempo! Em agosto de 2011, o site MacRumors publicou a imagem de um protótipo do MacBook Pro que trazia uma antena (que para os padrões de hoje parece comicamente gigantesca) na tampa, habilitando-a a se conectar às redes de dados de operadoras.
É de se imaginar que, se 10 anos depois, ainda não temos algo assim, deve ter um motivo. Pode ser que a Apple tenha concluído que um Mac assim não ofereceria vantagens suficientes para se diferenciar de Macs Wi-Fi, pode ser que à época as operadoras ainda não tinham poder de fogo suficiente para oferecer uma conectividade aceitável para computadores, pode ser que a Apple tenha optado por migrar as descobertas e os avanços dessa tecnologia para o iPad, e pode inclusive ser que esse plano ainda esteja ativo até hoje, e nós estejamos prestes a ver o primeiro Mac com conectividade 5G.
Independente do motivo, a esta altura já me parece claro que enquanto nós, fãs do mundo da tecnologia, fazemos as nossas listas de desejos e passamos horas a fio a discutir premissas que começam como “eu acho que a Apple deveria…”, a Apple provavelmente já investigou, ou tem vindo a investigar essa possibilidade, e está anos-luz à frente de uma conclusão que nós sequer estamos habilitados a tatear.
Mas, sim. É claro que a Apple tem protótipos de iPhones enroláveis. E de iPhones sem o notch do Face ID. E de iPhones com Face ID e Touch ID. E de Touch ID sob a tela. E de Touch ID nas costas do iPhone. E etc, etc, etc. Este é o trabalho dela!
O que me traz à notícia dos possíveis MacBooks Pro de 2021. O rumor é que eles tragam de volta o MagSafe, tragam de volta as teclas de função ao invés da Touch Bar, e tragam de volta mais possibilidades de conectividade com mais portas nas laterais. Ou seja, o rumor é que, em 2021, os MacBooks Pro evoluirão para… como eles eram antes. Se isso é resultado da saída de Jony Ive e uma retomada à filosofia de função informando o design (e não mais o contrário), nós provavelmente precisaremos de esperar alguns anos para ler isso em algum livro escrito por um ex-funcionário da Maçã. Mas é impossível ler essa notícia e não pensar que a Apple se deu por vencida e vai parar de insistir em tecnologias que já se provaram ineficientes (alô, teclado borboleta) ou simplesmente insossas.
Assim como o iPhone dobrável, assim como o Mac Pro 2015, assim como a Touch Bar, o teclado borboleta e até mesmo a tecnologia MagSafe, tudo isso é fruto dos experimentos que a equipa de hardware da Apple faz todos os dias, em busca do próximo grande passo de cada produto que ela vende. A sorte dos aficionados por tecnologia, como é o nosso caso, é poder acompanhar essa evolução em tempo real, ou até mesmo, de forma retroativa como parece que será no caso desses próximos Macs.
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