14 de dezembro de 2017: data de lançamento do iMac Pro. 14 de dezembro de 2017: data da última atualização de hardware do iMac Pro. 5 de março de 2021: data da confirmação de que os rumores estavam certos e que o iMac Pro será descontinuado.
É curioso pensar que a Apple passou quase meia década a vender um computador sem ter lançado qualquer tipo de atualização, ainda mais considerando que esse iMac só foi lançado como uma espécie de quebra-galhos para o público profissional ter QUALQUER coisa para comprar no período entre a descontinuação do Mac Pro de segunda geração e o lançamento do Mac Pro de terceira geração.
Por outro lado, não há nada mais apropriado também do que um computador lançado de forma semi-improvisada ter ficado num limbo existencial dentro da própria Apple. Olhando para trás, agora fica claro como o iMac Pro nunca foi concebido para ser uma linha duradoura de produto, mas sim exatamente o que ele foi: o reaproveitamento de um computador que já existia (obviamente o iMac), com as partes internas um pouquinho diferentes para dar conta da carga de trabalho dos usuários profissionais.
Mas isso não significa que o iMac Pro não tenha apresentado novidades. Quem é bom de memória vai lembrar que este foi primeiro computador a integrar o chip T2, dedicado a tarefas que envolvem dados sensíveis dos usuários. Hoje, o chip já está presente em mais computadores da linha, mas ele veio justamente no iMac Pro, passando quase desapercebido pela maior parte do público. Isso, a meu ver, foi um acerto. Para testar uma tecnologia nova, nada melhor do que incluí-la num produto que terá uma quantidade limitada de vendas, mas ainda assim será usado de forma mais aprofundada do que o público em geral.
Os mais ligados e envolvidos com a linha de Macs sempre defenderam que a existência do iMac Pro junto com a geração mais recente dos iMacs nunca fez muito sentido. Existia uma sobreposição de performance entre o iMac topo de linha e o iMac Pro que tornava ambos desnecessários, quando comparados um ao outro. É bem verdade que o iMac Pro continha os processadores Xeon da Intel, mas ainda assim essa sobreposição incomodava tanto os aficionados por Macs quanto a confusa linha de iPads me incomoda hoje em dia. Todos os iPads fazem basicamente a mesma coisa, quase todos são compatíveis com o Apple Pencil, alguns só com uma das gerações, alguns têm teclado oficial da Apple, outros não, alguns têm… cores, acho, e… ah! Tem o mini também.
Pensando no texto que escrevi na semana passada, tratando do rumor dos iMacs coloridos, me parece que o fim do iMac Pro faz parte justamente dessa reorganização e nova atitude da linha de Macs. Aliás, de certa forma, foi ironicamente o iMac Pro que inaugurou essa nova era de cores para os computadores desktop da Apple, já que um dos seus grandes diferenciais à época do lançamento era justamente a tonalidade preta/cinza, ao invés da tonalidade prata dos iMacs tradicionais. Por pouco ele também não inaugurou a era dos chips ARM. Não fosse o MacBook Pro com Touch Bar e o seu chip T1, o iMac Pro também teria sido o símbolo entrada da Apple nessa nova frente que culminaria com o lançamento do chip M1 no ano passado.
Apesar disso tudo, no fim das contas, parece-me que o iMac Pro entrará para a história da Apple como uma pequena nota de rodapé. Um computador que veio e se foi sem muito motivo para existir, senão o de pedir desculpas para os desenvolvedores que, assim como a Apple, achavam que o Mac Pro de segunda geração seria o futuro da computação em Cupertino. Talvez a maior conquista dele tenha sido o facto de ter sido vendido sem qualquer atualização por 1.174 dias, recorde esse que por pouco não foi quebrado pelo HomePod. Seu silêncio estava ensurdecedor até ontem, data em que também foi descontinuado pela Maçã. Que fase!
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