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Fonte: Neil Patel
Gonçalo Antunes de Oliveira

Algumas dicas gramaticais para escreveres um e-mail profissional

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Há quem, como eu, deteste o novo Acordo Ortográfico. Mas, enfim, é obrigatório, e tenho que o utilizar em inúmeras circunstâncias, sentindo-me quase bilingue na minha própria língua materna. De qualquer modo, independentemente da tua opção, escrever corretamente e de modo claro é absolutamente fundamental. Não se diz que “é a falar que a gente se entende”? Quantas vezes escreves um e-mail diariamente?

Fonte: Tatsam Linguistic Services
Fonte: Tatsam Linguistic Services

Nem comentando sobre os milhares de mensagens “abreviadas-pejadas-de-emoji” que criamos a ritmos avassaladores todos os dias, venho-te deixar aqui algumas dicas do blog da SaneBox para a escrita de e-mails profissionais. Para mim, quer sejam profissionais, quer sejam lúdicos, é fundamental saber escrever. E como a SaneBox apresenta exemplos em inglês, deixo-te aqui, para além de elementos de revisão, a minha seleção de alguns dos maiores “assassinatos” da língua portuguesa que nunca deverás cometer.

Não te esqueças do ponto final (e já agora dos "tracinhos")

Ponto final

A pontuação serve para estabelecer limites, enfatizar, respirar, enfim: para expressar na escrita o modo como falamos, garantindo a coerência da informação que pretendemos transmitir. Um dos exemplos é o ponto final.

Quando falamos não metralhamos palavras. Num texto, questão tem ainda mais importância. A diferença entre centenas de palavras atabalhoadas e um conjunto de ideias bem apresentadas, reside num ponto final. Particularmente quando não existe o parágrafo.

Pensa no que queres escrever e para quando sentires que é momento. Com um ponto final. Afinal está a tecla para esse efeito.

"Tracinhos"

Uso esta expressão entre aspas, justamente para ser mais claro. Um hífen existe para ligar palavras compostas. Guarda-roupa, primeiro-ministro, co-orientador, são disto exemplos.

Por outro lado, falando ainda em "tracinhos", aproveitando um erro crasso para apresentar um exemplo: "se eu lavasse" e NÃO "se eu lava-se". Agora, se eu perguntasse (e não pergunta-se) "Ele lava-se?", então o "tracinho" é de extrema utilidade porque é ali o lugar dele. Já ninguém usa isto numa mensagem. Pelo menos que o façam num e-mail.

O corretor ortográfico ajuda. Mas não chega

Ora pois, para um primeiro varrimento está ótimo. Mas só os teus olhos (com conhecimento, claro) é que consiguirão determinar com exatidão se o texto está todo em ordem. Há omissões e estruturas gramaticais que vão para além das (ainda) parcas capacidades dos corretores ortográficos. Lê o teu texto pelo menos três vezes antes clicares em enviar.

Não confundas “há” com “à”

Por favor! Não confundas! três anos que vou à rua dar uma volta. Às 17h30 vou ter com uns amigos que não vejo décadas.

  • é a terceira pessoa do singular do presente do verbo haver.
  • À implica um sentido ou uma ação, exeto nas palavras “às”, “àquele”, “àquela”, “àqueles”, “àquelas”, “àquilo”.

Hades é um deus grego

Por um grande favor! Hás de ficar com estas dicas na tua cabeça. Coitado do verbo haver. Segunda pessoa do singular. Tu hás de conseguir transmitir esta informação para que este erro migre para a terra dos mortos, onde habita o deus Hades.

Interviu ou interveio?

Interveio, pois então. Interviu está simplesmente incorreto.

Contacto continua a levar um "C"

Para mim, o horror deste novo acordo não está apenas na sua forma. Está também no modo como foi transmitido, ensinado e apreendido. Lembro-me bem, numa fase ainda muito insipente da sua implementação em Portugal, que se dizia na televisão: escreve-se como se fala. Se não se diz, não se escreve. É o caso de "ação", "atual", etc.

Mas tal instrução não deve ser generalizada. Há excepções... desculpem... exeções! Diz-se contacto e não contato. Muito menos se escreve contato, como se vê por tantas lojas, panfletos, carrinhas. Doi a cada vez que vejo isto. E, pior ainda, já ouvi quem dissesse contato.

Plurais no singular

Segunda pessoa do singular: tu "qualquer coisa". Singular, não é? Então (e esta já vem de há muito tempo) porque é que se insiste em dizer tu fizestes isto? Falastes naquilo? Pensastes no que te disse?

Seria igualmente estranho escrever ou dizer: nós falamo ontem, nós fomo ao cinema ou nós gostamo muito de ler artigos do iFeed, não é?

O que é fundamental

A primeira impressão é importantíssima. Embora possam haver vozes discordantes, aquele momento em que recebemos um e-mail de alguém que não conhecemos a apresentar-se constitui logo um contexto de predisposição para querer conhecer melhor ou, pelo contrário, ficar logo de pé atrás. Se quiseres algumas dicas da SaneBox sobre como redigir um bom e-mail de apresentação, clica aqui.

Fonte: All About Vision
Fonte: All About Vision

Não se deve julgar o produto pela embalagem? Claro que não. Mas nunca se deve a nossa língua como garantida. Ela deve ser cuidada. Quanto melhor escrevemos, melhor raciocinamos. Quanto melhor escrevermos, melhor falamos. Não basta comunicar. Há que transmitir ideias de modo inteligente, mas também cuidado. Nos tempos que correm, os mais pequenos detalhes fazem toda a diferença.

Como disse no início, este é mais um contributo da SaneBox para a melhor gestão do teu quotidiano cheio de e-mails. Este software ajuda muito e aprende contigo. Mas esta empresa tem uma noção clara de que há muito mais para além de filtragens e de automatismos criados pela sua poderosa Inteligência Artificial.

A sanidade é tudo hoje em dia. E, pelo menos no meu caso, cada vez que leio alguns destes exemplos que te indiquei acima, fico doente. O teu maior crítico és tu. Mas é preciso trabalho.

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