Google Pixel 10 Pro: o Android que até um fã de iPhone não consegue largar

27 de Ago de 2025
Google Pixel 10 Pro: o Android que até um fã de iPhone não consegue largar

Quem me acompanha no iFeed (ou, noutros tempos, no iClub ou no All Things Apple) sabe que sou um fã ferrenho da Apple, mas também que admiro muito o que a Google tem feito com os seus Pixel. Já os sigo há vários anos e, embora nunca me tenham dado razões suficientes para abandonar totalmente o ecossistema Apple (bendito iMessage, FaceTime, iCloud, etc.), a verdade é que os Pixel têm tido sempre um espaço reservado no meu bolso. E, com o novo Pixel 10 Pro, a Google volta a mostrar que sabe criar smartphones capazes de pôr qualquer fã da Apple a pensar duas vezes.

Design & ecrã: familiaridade com um toque especial

Se esperavas um choque visual com os Pixel 10, esquece. O Google Pixel 10 Pro é praticamente um 9 Pro S: o mesmo design, com a famosa barra de câmara, as margens retas e a traseira em vidro mate. Nada de revolucionário, mas também nada de errado - afinal, quando a fórmula funciona, para quê mudar?

O que muda, e bem, são as cores. A Google enviou-me o Pixel 10 Pro no tom Pedra Lunar, que é uma espécie de homenagem moderna ao antigo Space Gray da Apple, e fiquei rendido. Mas o destaque vai mesmo para o Jade, um verde elegante com detalhes dourados que é de virar cabeças. A Google jogou muito bem aqui, com tons que conseguem ser ao mesmo tempo sóbrios e ousados. E claro, para quem não gosta de arriscar, há sempre o clássico preto (Obsidiana) e o branco (Porcelana).

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No ecrã, a Google não brinca em serviço: um OLED LTPO de 6.3”, resolução altíssima (495 ppp) e taxa de atualização dinâmica entre 1Hz e 120Hz. E sim, o tal “Actua Display” faz jus ao nome. Usei-o na praia, com o sol a bater em cheio, e não tive qualquer dificuldade em ver o conteúdo. É um dos melhores ecrãs do mercado, ponto final.

E para acompanhar o ecrã, temos uma bateria de respeito: 4870mAh que aguenta mais de um dia sem stress. Se preferires o modelo maior (Pro XL), tens 5200mAh para ainda mais folga. E quando for preciso carregar, em 30 minutos tens mais de metade da bateria. Pequeno detalhe: o carregador, claro, é vendido à parte — mas já estamos habituados, não é?

Um detalhe curioso que me fez sorrir foi o Pixelsnap: a Google decidiu ser das primeiras fabricantes Android a entrar no jogo dos carregamentos magnéticos tipo MagSafe da Apple. Basicamente, podes pegar nos teus acessórios MagSafe do iPhone - seja uma stand de carregamento, uma powerbank ou até a carteira - e usá-los no Pixel 10 sem dramas. É daquelas coisas em que a Apple foi pioneira (2020, lembras-te?) e a Google agora disse: “Ok, vamos brincar também.”

Desempenho & IA: onde a Google mostra quem manda

Muito se critica os processadores da Google, sobretudo quando comparado com os da Apple ou da Qualcomm. Mas aqui entre nós: no uso real, a diferença não se nota. Com o novo Tensor G5, nunca senti engasgos, muito menos lentidão, e para mim é isso que interessa. Desta vez, a Google até foi buscar a TSMC (a mesma que fabrica os processadores da Apple) para fabricar este processador em 3nm, o que deve trazer benefícios a longo prazo - especialmente no desempenho e eficiência a longo termo.

Mas o verdadeiro trunfo do Google Pixel 10 Pro não é o processador - é a inteligência artificial que ele ajuda a rodar. Este telefone foi literalmente desenhado para o Gemini, e é aí que a Google dá uma lição à Apple. O Gemini é viciante: responde em tempo real a qualquer pergunta, traduz conversas telefónicas, dá sugestões fotográficas, e até garante que todos saiam bem nas fotos de grupo. É útil, prático e natural.

Comparando com a Apple Intelligence que ainda está a dar os primeiros passos… não há competição possível. A Google está anos-luz à frente no que respeita a desenvolver e integrar IA de forma real e imediata no dia a dia. É a diferença entre algo experimental e algo que realmente usas sem pensar.

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E claro, tudo isto vem acompanhado de 16 GB de RAM e opções de armazenamento que vão até 1TB. No meu caso, estou a testar a versão de 128GB e é mais do que suficiente para mim - no fim de contas, estamos a falar da pessoa que nunca fez upgrade de memória nos iPhones que compra.

Câmaras: outro trunfo do Pixel

Não há como falar do Pixel sem falar das suas câmaras. E aqui a Google mantém a coroa. O sistema triplo inclui uma grande-angular de 50 MP, uma ultrawide de 48 MP com macro e uma teleobjetiva de 48 MP com zoom ótico até 10x e digital até 100x. Spoiler: os 100x só funcionam bem em objetos estáticos - em pessoas, vais acabar com borrões. Mas mesmo assim, a flexibilidade é impressionante.

A câmara frontal de 42 MP com autofoco é outro destaque e mostra que a Google não esquece quem tira muitas selfies ou faz videochamadas.

No vídeo, há melhorias notórias, mas continuo a achar que o iPhone é rei neste campo. O Pixel grava bem, nas mesmas resoluções e frame rates, mas falta aquele “qualquer coisa” que a Apple domina no vídeo. E olhando para o que aí vem com o iPhone 17 Pro, a diferença deve aumentar!

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Vídeo 4K #shotonpixel10pro

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Vídeo 4K #shotonpixel10pro

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Vídeo 4K #shotonpixel10pro - O Pedro estava com pressa para ir ver o seu Benfica jogar 😂

Google Pixel 10 Pro: O Android que me conquista

Mas no geral, a experiência é excelente. O software - Android 16 com Material 3 Expressive - é limpo, fluido e bonito. Longe vai o tempo em que o Android era sinónimo de lentidão, ou até engasgos constantes. A Pixel UI neste Android 16 é provavelmente a versão mais polida de sempre do sistema. E com 7 anos de atualizações garantidas, não tens de te preocupar com o futuro - tal como no iPhone.

Ainda há espaço para falar da conectividade: tens Wi-Fi 7, Bluetooth 6, chip UWB, GNSS de banda dupla, 5G Sub-6 GHz e até suporte a redes Thread. Traduzindo: este é um telefone pronto para tudo.

Disponível a partir de 1119€, o Pixel 10 Pro joga na mesma liga que o iPhone 16 Pro e o Samsung Galaxy S25 Ultra. E, honestamente? Está ao nível deles.

No fim do dia, este Google Pixel não me faz abandonar o iPhone - continuo a usá-lo para trabalho e por causa do ecossistema da Apple. Mas também não consigo largar o Pixel, e isso diz muito. É o meu telefone pessoal. A Google conseguiu criar um smartphone que é, sem dúvida alguma, um dos melhores do mercado. E é por isso que, se me vires na rua, no bolso direito vou ter o meu iPhone… mas no esquerdo, vais encontrar também o Pixel.