Quem me acompanha no iFeed (ou, noutros tempos, no iClub ou no All Things Apple) sabe que sou um fã ferrenho da Apple, mas também que admiro muito o que a Google tem feito com os seus Pixel. Já os sigo há vários anos e, embora nunca me tenham dado razões suficientes para abandonar totalmente o ecossistema Apple (bendito iMessage, FaceTime, iCloud, etc.), a verdade é que os Pixel têm tido sempre um espaço reservado no meu bolso. E, com o novo Pixel 10 Pro, a Google volta a mostrar que sabe criar smartphones capazes de pôr qualquer fã da Apple a pensar duas vezes.
Design & ecrã: familiaridade com um toque especial
Se esperavas um choque visual com os Pixel 10, esquece. O Google Pixel 10 Pro é praticamente um 9 Pro S: o mesmo design, com a famosa barra de câmara, as margens retas e a traseira em vidro mate. Nada de revolucionário, mas também nada de errado - afinal, quando a fórmula funciona, para quê mudar?
O que muda, e bem, são as cores. A Google enviou-me o Pixel 10 Pro no tom Pedra Lunar, que é uma espécie de homenagem moderna ao antigo Space Gray da Apple, e fiquei rendido. Mas o destaque vai mesmo para o Jade, um verde elegante com detalhes dourados que é de virar cabeças. A Google jogou muito bem aqui, com tons que conseguem ser ao mesmo tempo sóbrios e ousados. E claro, para quem não gosta de arriscar, há sempre o clássico preto (Obsidiana) e o branco (Porcelana).
No ecrã, a Google não brinca em serviço: um OLED LTPO de 6.3”, resolução altíssima (495 ppp) e taxa de atualização dinâmica entre 1Hz e 120Hz. E sim, o tal “Actua Display” faz jus ao nome. Usei-o na praia, com o sol a bater em cheio, e não tive qualquer dificuldade em ver o conteúdo. É um dos melhores ecrãs do mercado, ponto final.
E para acompanhar o ecrã, temos uma bateria de respeito: 4870mAh que aguenta mais de um dia sem stress. Se preferires o modelo maior (Pro XL), tens 5200mAh para ainda mais folga. E quando for preciso carregar, em 30 minutos tens mais de metade da bateria. Pequeno detalhe: o carregador, claro, é vendido à parte — mas já estamos habituados, não é?
Um detalhe curioso que me fez sorrir foi o Pixelsnap: a Google decidiu ser das primeiras fabricantes Android a entrar no jogo dos carregamentos magnéticos tipo MagSafe da Apple. Basicamente, podes pegar nos teus acessórios MagSafe do iPhone - seja uma stand de carregamento, uma powerbank ou até a carteira - e usá-los no Pixel 10 sem dramas. É daquelas coisas em que a Apple foi pioneira (2020, lembras-te?) e a Google agora disse: “Ok, vamos brincar também.”

Desempenho & IA: onde a Google mostra quem manda
Muito se critica os processadores da Google, sobretudo quando comparado com os da Apple ou da Qualcomm. Mas aqui entre nós: no uso real, a diferença não se nota. Com o novo Tensor G5, nunca senti engasgos, muito menos lentidão, e para mim é isso que interessa. Desta vez, a Google até foi buscar a TSMC (a mesma que fabrica os processadores da Apple) para fabricar este processador em 3nm, o que deve trazer benefícios a longo prazo - especialmente no desempenho e eficiência a longo termo.

Mas o verdadeiro trunfo do Google Pixel 10 Pro não é o processador - é a inteligência artificial que ele ajuda a rodar. Este telefone foi literalmente desenhado para o Gemini, e é aí que a Google dá uma lição à Apple. O Gemini é viciante: responde em tempo real a qualquer pergunta, traduz conversas telefónicas, dá sugestões fotográficas, e até garante que todos saiam bem nas fotos de grupo. É útil, prático e natural.
Comparando com a Apple Intelligence que ainda está a dar os primeiros passos… não há competição possível. A Google está anos-luz à frente no que respeita a desenvolver e integrar IA de forma real e imediata no dia a dia. É a diferença entre algo experimental e algo que realmente usas sem pensar.
E claro, tudo isto vem acompanhado de 16 GB de RAM e opções de armazenamento que vão até 1TB. No meu caso, estou a testar a versão de 128GB e é mais do que suficiente para mim - no fim de contas, estamos a falar da pessoa que nunca fez upgrade de memória nos iPhones que compra.
Câmaras: outro trunfo do Pixel
Não há como falar do Pixel sem falar das suas câmaras. E aqui a Google mantém a coroa. O sistema triplo inclui uma grande-angular de 50 MP, uma ultrawide de 48 MP com macro e uma teleobjetiva de 48 MP com zoom ótico até 10x e digital até 100x. Spoiler: os 100x só funcionam bem em objetos estáticos - em pessoas, vais acabar com borrões. Mas mesmo assim, a flexibilidade é impressionante.

















Como se pode ver, as fotos de 100x em pessoas... enfim. Mas em objetos estáticos até se safa.
A câmara frontal de 42 MP com autofoco é outro destaque e mostra que a Google não esquece quem tira muitas selfies ou faz videochamadas.
No vídeo, há melhorias notórias, mas continuo a achar que o iPhone é rei neste campo. O Pixel grava bem, nas mesmas resoluções e frame rates, mas falta aquele “qualquer coisa” que a Apple domina no vídeo. E olhando para o que aí vem com o iPhone 17 Pro, a diferença deve aumentar!
Vídeo 4K #shotonpixel10pro
Vídeo 4K #shotonpixel10pro
Vídeo 4K #shotonpixel10pro - O Pedro estava com pressa para ir ver o seu Benfica jogar 😂
Google Pixel 10 Pro: O Android que me conquista
Mas no geral, a experiência é excelente. O software - Android 16 com Material 3 Expressive - é limpo, fluido e bonito. Longe vai o tempo em que o Android era sinónimo de lentidão, ou até engasgos constantes. A Pixel UI neste Android 16 é provavelmente a versão mais polida de sempre do sistema. E com 7 anos de atualizações garantidas, não tens de te preocupar com o futuro - tal como no iPhone.
Ainda há espaço para falar da conectividade: tens Wi-Fi 7, Bluetooth 6, chip UWB, GNSS de banda dupla, 5G Sub-6 GHz e até suporte a redes Thread. Traduzindo: este é um telefone pronto para tudo.
Disponível a partir de 1119€, o Pixel 10 Pro joga na mesma liga que o iPhone 16 Pro e o Samsung Galaxy S25 Ultra. E, honestamente? Está ao nível deles.
No fim do dia, este Google Pixel não me faz abandonar o iPhone - continuo a usá-lo para trabalho e por causa do ecossistema da Apple. Mas também não consigo largar o Pixel, e isso diz muito. É o meu telefone pessoal. A Google conseguiu criar um smartphone que é, sem dúvida alguma, um dos melhores do mercado. E é por isso que, se me vires na rua, no bolso direito vou ter o meu iPhone… mas no esquerdo, vais encontrar também o Pixel.