Fino, leve e luxuoso: este é o novo iPhone Air (Review)

24 de Set de 2025
Fino, leve e luxuoso: este é o novo iPhone Air (Review)
iPhone Air na cor Azul-céu

Ainda nem o iPhone Air tinha chegado às minhas mãos e, honestamente, eu já sabia que ia ser um produto especial, mas não estava preparado para o quão diferente a experiência se sente no dia a dia.

A Apple sempre teve um certo talento em reinventar o que, à partida, parece impossível reinventar, mas o iPhone Air consegue ser, de longe, o iPhone mais luxuoso de sempre. E não digo isto só porque soa bem, mas porque a verdade é que estamos perante um equipamento que respira exclusividade em cada detalhe.

Design e construção: o iPhone mais luxuoso de sempre

A começar pelo seu corpo. Estamos a falar de um smartphone com apenas 5.6 milímetros de espessura, o mais fino iPhone de sempre, e ao mesmo tempo um dos mais leves - apenas 165 gramas. Números no papel que parecem banais até ao momento em que o tiras da caixa e o tens na mão. É quase surreal perceber como a Apple conseguiu chegar a este ponto sem comprometer demasiado a experiência de utilização.

iPhone Air na cor Azul-céu

O feeling é absolutamente incrível. Sabes aquela sensação de segurar algo que parece ter sido feito à medida da tua mão? É isso. Não há arestas a incomodar, não há peso extra a marcar presença quando simplesmente queres enfiar o telefone no bolso e esquecer que ele lá está. O iPhone Air é exatamente isso: o regresso a um tempo em que os smartphones não pareciam tijolos, mas sim ferramentas discretas, sempre prontas a serem usadas sem se fazerem notar.

Com o seu ecrã expansivo de 6,5 polegadas, OLED e com ProMotion (!!!), eu até estava com algum receio de que pudesse ser desconfortável no uso prolongado, pelo tamanho de ecrã maior a que estou habituado (6.1-6.3") mas não podia estar mais enganado. A leveza e a espessura tão reduzidas tornam a experiência totalmente diferente daquilo a que estamos habituados em smartphones modernos de tamanho maior.

iPhone Air na cor Azul-céu

Mas o luxo não fica apenas na forma como ele se sente. A Apple usou materiais que elevam ainda mais a fasquia: vidro atrás e à frente, protegidos por Ceramic Shield atrás e o novo e mais resistente Ceramic Shield 2 na frente. A estrutura lateral e interior é feita em titânio grau 5, um titânio que não só dá um toque extremamente premium como também garante máxima robustez ao conjunto. Aqui não há qualquer tipo de risco de bendgate, nem nada que se pareça.

É aquele género de construção em que consegues confiar, mesmo sabendo que é tão fino e leve. É o equilíbrio perfeito entre beleza e durabilidade, e a Apple conseguiu novamente dar-nos um objeto que mais parece uma peça de joalharia tecnológica do que um simples telefone.

Desempenho e autonomia: fluidez sem grandes compromissos

No desempenho, a história é a mesma de sempre com a Apple: não há muito espaço para queixas. Dentro encontramos o novo processador A19 Pro, o mais avançado da marca até ao momento, presente também nos novos iPhones 17 Pro e Pro Max (ainda que no Air, com menos 1 núcleo de GPU), aliado a dois novos chips dedicados à conectividade — o C1X para toda a capacidade de rede móvel 5G e o N1 para as ligações Bluetooth e Wi-Fi. Pode parecer apenas mais um detalhe técnico, mas a diferença sente-se no uso real.

As ligações são bastante rápidas, mais estáveis, diria, e a gestão energética é claramente superior. Este é, sem sombra de dúvida, o iPhone mais personalizado de sempre pela Apple, e isso reflete-se em tudo, desde a fluidez da navegação até à forma como o telefone lida com multitarefa intensiva. Além disso, vir já de base com 256 GB de armazenamento e 12 GB de memória RAM é uma decisão que aplaudo de pé.

Estamos a falar de um iPhone que, de facto, é futureproof. Com todas as funcionalidades de inteligência artificial que a Apple vai continuar a lançar com a sua Apple Intelligence, é bom saber que este modelo já vem preparado para acompanhar esse futuro sem que fiques com a sensação de estar a usar hardware ultrapassado logo ao fim de um ano ou dois.

A autonomia era, confesso, o meu maior receio. Afinal, estamos a falar de uma bateria de apenas 3149 mAh, que, em teoria, parecia um desastre à vista. Mas a Apple lá conseguiu, mais uma vez, otimizar ao ponto de entregar algo perfeitamente aceitável. Quase parece um passo de magia!

Ecrã do iPhone Air

Nos meus dias de uso, que incluem de tudo um pouco — fotografia, redes sociais, Safari, e-mails, mensagens, chamadas e até algum gaming — estou a conseguir cerca de 5h de ecrã ligado.

No fim do dia a bateria está pronta para recarregar, sim, mas nunca fiquei naquela situação aflitiva de precisar desesperadamente de uma tomada a meio da tarde. Claro, não é a autonomia de um modelo Pro ou até do Pro Max com baterias gigantescas, mas não é terrível. Aliás, para o tipo de produto que é, fiquei até surpreendido pela positiva.

É óbvio que com o tempo vais notar o desgaste natural da bateria, mas não acredito que nos primeiros dois anos sintas grandes dores de cabeça com isso. E se, por acaso, precisares de mais energia para o teu dia, numa viagem de férias ou até uma saída de trabalho, tens a nova bateria MagSafe que oferece um extra de cerca de 60% de capacidade real. Uma solução prática que acaba por compensar eventuais limitações esporádicas.

A nova bateria MagSafe é um acessório agora exclusivo para o iPhone Air.

Câmaras (traseira e frontal): o essencial num iPhone

Agora, passemos às câmaras — aqui a conversa é ligeiramente diferente.

O iPhone Air traz apenas uma câmara traseira de 48MP. Para mim, não é o fim do mundo, mas admito que às vezes senti falta de uma câmara adicional, telefoto, especialmente, para um zoom ótico mais generoso - estamos limitados a um crop híbrido (entre digital e óptico) de 2x. Não peço mundos e fundos, mas aqueles 4-8x dos modelos Pro fazem falta, sobretudo em situações em que queres aproximar sem perder qualidade. A ausência da ultra-wide, sinceramente, não me faz diferença.

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Tirando isso, as fotos têm uma excelente qualidade, como já seria de esperar de um iPhone. Tens opções de 12 ou 24 MP, cores equilibradas, HDR e uma consistência que continua a ser marca registada da Apple.

Partilho contigo algumas capturas que consegui fazer no passado fim de semana, no Parque da Fundação Serralves, no Porto:

No vídeo, consegues gravar até 4K a 60 fps, e mesmo que os 120 fps continuem reservados para a linha Pro, o resultado final é muito satisfatório. Como podes ver nesta amostra abaixo:

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Uma amostra de vídeo em 4K gravado no iPhone Air

Do lado da frente, temos uma nova câmara FaceTime de 18MP, com uma novidade que adorei: o novo sensor é quadrado e possibilita a chegada do Center Stage ao iPhone. Isto significa que fazer selfies de grupo é muito mais intuitivo, já que o enquadramento se ajusta automaticamente sem que tenhas de andar a mexer no telefone. Parece uma pequena mudança, mas melhora imenso a experiência.

Pequenas desvantagens a ter em conta

Nem tudo é perfeito, claro, e este iPhone Air tem algumas desvantagens que não posso ignorar. Primeiro, a ausência de som estéreo. Sim, o áudio é bom, mas não tem a mesma riqueza e potência de outros modelos, por exemplo, um iPhone 16 ou até um 15, que trazem colunas duplas.

Depois, a questão do sobreaquecimento: com uma estrutura em titânio e sem uma câmara de vapor como nos modelos Pro, o telefone aquece um pouco mais quando puxas por ele. Não chega a ser insuportável, mas é notório em sessões mais longas de gaming ou gravação de vídeo. Tudo isto se resolveria se a Apple tivesse introduzido aqui a mesma câmara de vapor que colocou nos iPhones 17 Pro/Pro Max...

A nova câmara de vapor dos iPhones 17 Pro/Pro Max

O carregamento rápido também ficou um pouco aquém. Para chegares a 50% de bateria precisas de cerca de 30 minutos, quando os outros modelos da linha 17 conseguem o mesmo em apenas 20. Não é dramático, mas é um detalhe a notar.

Por fim, um pormenor que até pode parecer insignificante, mas que me incomodou: a posição da Dynamic Island. Está ligeiramente mais baixa do que nos outros iPhones, e isso cria alguns problemas de compatibilidade com apps que ainda não estão otimizadas. Cheguei a ter situações em que parte de texto superior de uma aplicação ficava cortada pela própria Dynamic Island, o que é um pouco irritante.

iPhone Air: vale ou não a pena?

No balanço geral, o iPhone Air é um daqueles produtos que me deixam dividido entre a racionalidade e a emoção. Pela lógica, há aqui compromissos óbvios: uma única câmara traseira, som não-estéreo, carregamento mais lento e alguns detalhes de software que precisam de ser corrigidos. Mas pela emoção, este é, sem dúvida, o iPhone mais elegante, mais confortável e mais prazeroso de usar no dia a dia.

É o iPhone que finalmente volta a caber no bolso sem parecer um tijolo, que te dá orgulho de mostrar pela beleza e qualidade de construção, e que, apesar de tudo, não compromete em áreas essenciais como desempenho e fluidez.

No fim de contas, se o que procuras é o iPhone mais luxuoso de sempre, aquele que alia design, leveza e um feeling absolutamente irresistível, este é o modelo a escolher. Não é perfeito, não é o mais completo em termos de especificações, mas é o que mais prazer dá segurar e usar. E, para mim, isso vale ouro.