A Apple poderá estar prestes a enfrentar mais uma baixa de peso na sua liderança. De acordo com um novo relatório da Bloomberg, Johny Srouji, vice-presidente sénior de Tecnologias de Hardware e figura central na estratégia do Apple Silicon, está a “considerar seriamente” deixar a empresa após mais de uma década a liderar algumas das suas iniciativas mais transformadoras.
Srouji, responsável pela arquitetura dos chips da Apple, terá comunicado a Tim Cook a possibilidade de abandonar a empresa num futuro próximo. Segundo fontes citadas pela Bloomberg, o executivo tem inclusive manifestado a colegas a intenção de se juntar a outra empresa caso confirme a sua saída - afastando a hipótese de reforma.
Nos últimos anos, o impacto de Srouji foi determinante para a transição dos Macs para o Apple Silicon, bem como para o desenvolvimento interno dos modems celular (C1 e C1X) e Wi-Fi/Bluetooth (N1), todos lançados este ano. Estes avanços reforçaram a independência tecnológica da Apple e elevaram o desempenho dos seus produtos a novos patamares.
Para tentar garantir a permanência do executivo, a Apple terá colocado em cima da mesa pacotes salariais substanciais e um aumento de responsabilidades. Entre as possibilidades discutidas está uma promoção a Chief Technology Officer, o que o tornaria o segundo líder mais poderoso da empresa. Ainda assim, Srouji prefere não trabalhar sob uma nova liderança - um sinal claro de que a eventual saída de Tim Cook poderá ser um fator determinante para o seu futuro.
Se a saída se confirmar, esta será a quinta perda de alto perfil em poucos dias. Alan Dye (design), John Giannandrea (IA), Kate Adams (jurídico) e Lisa Jackson (ambiente e políticas) anunciaram recentemente as suas transições. O cenário reforça a perceção de que a Apple está a atravessar uma profunda reorganização interna, possivelmente em preparação para a sucessão de Tim Cook.
A Bloomberg adianta ainda que outras figuras históricas, como Deirdre O’Brien (retalho) e Greg Joswiak (marketing), poderão aproximar-se da reforma após carreiras de 35 a 40 anos na empresa.
Com tantas mudanças simultâneas, o futuro da liderança da Apple entra num período de incerteza - uma fase que poderá redefinir não apenas a estrutura corporativa, mas também a visão tecnológica que moldará a próxima década da companhia.
