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Ulysses: porque escrever é uma arte que não contempla distrações
Pedro Alves

Ulysses: porque escrever é uma arte que não contempla distrações

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No mundo em que vivemos atualmente, é cada vez mais difícil manter o foco na execução de uma tarefa apenas, seja ela qual for. A quantidade de distrações a que somos sujeitos é imensa, muitas vezes até inesperada, e a tendência é de aumentar de dia para dia. Devido a isso, surge muitas vezes a necessidade de buscar soluções que façam diminuir a intrusão a que estamos sujeitos, quando simplesmente precisamos, mas acima de tudo queremos, centrar a nossa atenção num único alvo; e, quando esse alvo é a escrita, podemos contar com a ajuda preciosa da aplicação Ulysses.

A Ulysses é uma aplicação, disponível para Mac, iPhone e iPad, que eleva a escrita ao seu expoente máximo, de uma forma simples, mas muito eficaz: procurando manter o foco do utilizador no conteúdo que cria, apenas e só. E, falando por experiência própria, a receita resulta na perfeição.

Podem estar a pensar agora que o simples Pages ou Word, ou até uma qualquer app de bloco de notas serviriam o mesmo propósito, mas essa assunção está errada, permitam que vos diga. Se os primeiros exemplos pecam pela elevada complexidade, o segundo exemplo entra no campo da simplicidade extrema. Já a Ulysses consegue um meio-termo altamente eficaz, que faz colar os nossos dedos ao teclado, eliminando até mesmo a necessidade do rato para a execução das tarefas de formatação mais básicas.

Este artigo não é um tutorial de como utilizar a Ulysses, mas sim uma montra para algumas das suas ferramentas e o seu potencial, na pele de quem usufrui do mesmo. Sim, como devem imaginar, este artigo foi escrito na Ulysses, e a sua publicação no iFeed foi muito simples devido à integração direta desta ferramenta com as plataformas de blogging WordPress, Ghost, Medium e Micro.blog. Mas, claro, é possível também exportar os textos criados para os formatos mais populares, tais como PDF, DOCX, ePub e HTML.

A interface recheada de possibilidades mas ao mesmo tempo despida de conteúdo pode causar confusão inicial a quem está habituado a ferramentas cheias de botões, barras, separadores, ou outras distrações. Como o método funcional da Ulysses está pensado para não ser necessário levantar os dedos do teclado, as opções de formatação de texto mais populares podem ser aplicadas por comandos de texto digitados durante a escrita, que depois são interpretados e apresentados na sua forma final na exportação. Por exemplo, para escrever em itálico basta colocar um underscore antes e depois do texto que queremos mostrar dessa forma; deixa assim de ser preciso pegar no rato, selecionar as palavras, ir à barra de ferramentas e escolher itálico. Da mesma forma existem comandos simples para negrito, links, títulos, cabeçalhos, e tudo aquilo que possa ser necessário. Este método requer habituação, mas após umas horas de escrita os comandos ficam enraizados e damos por nós a usá-los sem perceção disso.

Tudo é personalizável na Ulysses: desde os tipos de letra dos textos e dos títulos, à distância entre linhas, cabeçalhos, cores, nada está em falta. O trabalho é guardado automaticamente, e sincronizado entre todos os nossos dispositivos Apple, que tenham a aplicação instalada, através do iCloud. Claro que também é possível guardar os textos em pastas locais nos nossos dispositivos, mas os mesmos apenas são acessíveis através das barras de navegação da Ulysses (que, claro, podem ser ocultadas para não nos distraírem). A organização da biblioteca assenta em Grupos, Filtros, e dentro dos mesmos as Folhas, as quais são onde escrevemos o conteúdo. Nada mais simples.

Podemos contar com a preciosa ajuda da ferramenta Revisão, que funciona com mais de 20 idiomas e é um autêntico canivete-suíço, pois analisa todo o texto em busca de erros ortográficos, semântica incorreta ou desnecessariamente complexa, palavras repetidas, entre outros parâmetros que aperfeiçoam as nossas criações literárias. Bastante útil é também o Painel, que fornece estatísticas sobre a escrita, permite definir metas, além de adicionar anotações e anexos. Para finalizar, não queria deixar de referir dois aspetos muito simples, mas para mim importantes: a possibilidade de escrever em branco sobre fundo escuro oferece um conforto visual sem igual, e o facto da Ulysses funcionar offline ajuda na hora de adiantar trabalho mesmo em locais sem acesso à internet (de notar que as alterações feitas offline são automaticamente sincronizadas quando a ligação à internet é estabelecida).

Podia continuar durante mais umas dezenas de linhas a explorar e a mostrar tudo o que a Ulysses tem para oferecer, mas concluo apenas com um conselho: experimentem! Se gostam de escrever, e o fazem, seja por hobby ou por ocupação profissional, não têm nada a perder em testar por vocês próprios esta poderosa ferramenta. O caminho para o foco total e consequente sucesso na escrita está nas vossas mãos.

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