Web Summit 2023: qual o futuro da fintech?

Hiroki Takeuchi, co-fundador e CEO da GoCardless, Samir El-Sabini, co-fundador e CEO da Juni e Iana Dimitrova, CEO da OpenPayd, com a moderação de Anne Gaviola, Senior Digital Broadcast Journalist da Global News, protagonizaram uma interessante discussão sobre o futuro da fintech (tecnologia financeira).

Iana começou por afirmar que a fintech está sobre ameaça, pois, por um lado, todas as grandes empresas tecnológicas estão a tornar-se as fintech do futuro e, por outro, os bancos tradicionais conseguem comprar a competição. Além disso, a confiança tem caído em relação a muitos serviços de pagamentos.

Hiroki tem uma perspetiva mais otimista, referindo que o que vai determinar quem vinga na fintech é a qualidade, longevidade e sustentabilidade da tecnologia, havendo ainda muitas oportunidades para novas empresas. Samir mostrou ser da mesma opinião, acreditando no benefício da competição para a fintech e que as empresas, sentindo-se ameaçadas, podem melhorar os seus produtos.

Não poderia faltar a passagem dos interlocutores pelo tópico da Inteligência Artificial, o grande tema da edição deste ano. Hiroki Takeuchi referiu que o mais interessante na última vaga de AI é que esta pode ser utilizada numa pluralidade de circunstâncias, sendo entusiasmantes as soluções que pode trazer para os pagamentos. Além disso, um setor muito regulado pode usar a Inteligência Artificial para se desenvolver mais rapidamente; cada vez mais empresas estão a servir-se da mesma, numa espécie de revolução em curso.

Porém, os intervenientes sublinharam que a Inteligência Artificial não pode servir para desenvolver apenas por desenvolver; deve, sim, ser utilizada para melhorar os processos, sem que se perca de vista o consumidor e os pilares que movem cada empresa.

Samir indicou ainda que uma empresa focada num só setor, como é o caso da sua, especializada no e-commerce, pode tirar mais vantagem das tecnologias de AI, personalizando cada vez mais o serviço para um grupo específico de clientes.

Por fim, a conferência terminou com alguns conselhos para quem queira entrar no mundo da tecnologia financeira. Hiroki referiu que, neste momento, há mais risco, mas também mais oportunidades, salientando que se trata de uma boa altura para começar. O CEO da GoCardless acredita que as empresas mais fortes serão formadas neste período de instabilidade económica e geopolítica e Samir El-Sabini defendeu a mesma posição.

Iana Dimitrova acrescentou ainda que, quem quiser entrar neste meio, não se deve focar naquilo que não pode controlar, mas sim nos pilares do seu negócio e produto, um passo de cada vez.

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