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Os novos iPads bagunçam de vez a linha de produtos mais confusa da Apple
Marcus Mendes

Os novos iPads bagunçam de vez a linha de produtos mais confusa da Apple

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Os rumores eram verdade. Sem evento e sem alarde, a Apple anunciou uma atualização parcial na linha de iPads que, ao contrário do que estamos acostumados a ver em anúncios desse tipo, foi recebida com reações bastante mistas. Pudera. Ao longo dos últimos anos, uma das críticas mais consistentes que escutamos por aí a respeito dos iPads é que a composição completa da linha está uma grande confusão. A sobreposição de funcionalidades e capacidades do iPad, iPad Air e iPad Pro é tamanha, que é praticamente impossível decidir rapidamente qual modelo merece o suado dinheirinho do consumidor.

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Isso sem mencionar a diferença de compatibilidade entre os modelos de Apple Pencil, a disponibilidade de teclados, capas… enfim, já deu para entender, né?

Pois bem. Com o lançamento desta última semana, aparentemente essa confusão aumentou. Isto porque no caso do iPad básico, a câmara frontal foi deslocada para o topo do display quando ele está no modo paisagem, o que já era um pedido antigo de quem usa bastante o iPad. Mas como nenhuma boa ação fica impune, isso imediatamente trouxe críticas ao facto de que essa mudança não aconteceu também no iPad Pro que, tecnicamente, é muito mais utilizado no modo paisagem do que o iPad básico.

Isso, aliás, pode explicar o facto de toda a comunicação desse novo iPad estar deveras apoiada em acessórios. Com o novo Magic Keyboard Folio e as suas 14 teclas de função, trackpad e kickstand ajustável destacável, o novo iPad básico ganha funcionalidades e utilidades exclusivas que, há muito tempo, faziam parte da lista de desejos de donos do iPad Pro e até mesmo do iPad Air.

No meio dos anúncios, a Apple aproveitou a oportunidade para fazer uma correção no preço de praticamente toda a linha de iPads, com um peso maior para os preços na Europa. Considerando, por exemplo, que a máxima utilidade do novo iPad básico será extraída apenas com a compra do Magic Keyboard Folio, o Apple Pencil e, inexplicavelmente, um adaptador USB-C/Lightning, o preço real desse iPad é injustificável frente, por exemplo, à compra de um iPad Air ou até mesmo um iPad Pro.

E falando no iPad Pro – apesar da falta de tudo o que eu citei acima –, ele ficou ainda mais Pro. Com o novo suporte à captura de vídeos em formato ProRes, e com conectividade (finalmente) ao Wi-Fi 6E, a nova versão do dispositivo aumenta a vantagem técnica frente não apenas ao resto da linha de iPads, como também de todo o mercado de tablets.

Vai aqui uma menção honrosa ao novo Apple Pencil, e à sua “Hover Experience” que faz o sistema reagir à proximidade do Pencil em relação ao ecrã, sem necessariamente requerer um toque. Como a própria Apple explica, essa habilidade abre uma nova dimensão de interação entre o Pencil e o iPad Pro, e terá aplicações bem úteis no workflow de profissionais que de facto usam o iPad Pro como uma ferramenta criativa e produtiva.

No fim das contas, a esta altura, já não é nenhuma surpresa a forma como a Apple de Tim Cook procura otimizar as vendas de toda a linha de produtos, mesmo quando gerações mais novas chegam para disputar espaço (e os nossos bolsos). Porém especificamente no caso desses iPads, a reação geral parece indicar que o público está a cansar-se dessa dinâmica implacável de otimizar o faturamento, e começa a sentir uma certa saudade da época em que a Apple estava mais próxima do regimento do famoso grid 2x2.

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Opinião